3.2
Ostentação e escravidão
Além do complexo palaciano outros índices
das riquezas de Salomão são seus cavalos. "Salomão ajuntou mil e quatrocentos
carros de guerra e doze mil cavalos de cavalaria. Espalhou uma parte deles por
várias cidades e deixou o resto em Jerusalém (I Reis 10: 26)[1]".
Assim, as cidades se tornaram estrebarias para guardar os animais de do
soberano.
Não sendo o bastante a terra, a expansão
colonialista de Salomão chega às águas: "O rei Salomão também construiu
uma frota de navios em Eziom-Geber, que fica perto de Elate, no golfo da Ácaba,
no país de Edom. O rei Hirão mandou alguns marinheiros competentes de sua frota
de navios para navegarem junto com os homens de Salomão. Eles foram até a terra
de Ofir e trouxeram para Salomão mais de catorze mil quilos de ouro( I Reis
9:26-38)." Além dessa viagem para terras exóticas, os barcos de Salomão
foram "até a Espanha junto com a frota de Hirão. Cada três anos a sua
frota voltava trazendo ouro, prata, marfim, macacos e micos ( I Crônicas
9:21)".
Mas de onde vinham todos esses bens?
1-
presentes: "O rei Salomão era mais rico e mais sábio que qualquer
outro rei, e pessoas do mundo inteiro queriam ir ouvir a sabedoria que Deus lhe
tinha dado. Todos aqueles que chegavam traziam um presente para ele: objetos de
prata e de ouro, roupas, armas, especialmente, cavalos e mulas. E foi assim ano
após ano( I Reis 10:23-25)."
2- comércio
internacional: "Os agentes do rei forneciam cavalos e carros de guerra
para os rei heteus e sírios, vendendo cada carro por seiscentas barras de prata
e cada cavalo por cento e cinquenta barras de prata( I Reis 10:29)."
3-
Tributos de seu povo; 4- Tributos das nações sob seu governo; "Todos
os anos o rei Salomão recebia mais ou menos vinte e três quilos de ouro, além
dos impostos pagos pelos comerciantes e vendedores. Também os rei árabes e os
administradores dos vários distritos do país lhe traziam prata e ouro( II
Crônicas 9:13-14)".
4- Trabalho
escravo
O trabalho escravo foi a megamáquina de
inspiração egípcia que forneceu a mão de obra suficiente para as grandes
construções reais. Estas obras não se
restringiram ao complexo palaciano e o do templo. A reurbanização mesma de
Jerusalém e das cidades tomadas à força por David e por Salomão ou destruídas
pelo Faraó foram realizadas por escravos: "O Rei Salomão usou
trabalhadores forçados para construir o Templo e seu próprio palácio, para
aterra o lado leste da cidade e pra construir as muralhas de Jerusalém. Também
usou esses trabalhadores para reconstruir as cidade Hazor, Megido e Gezer[2].
(...) Usando os trabalhadores forçados, Salomão reconstruiu Bete-Horum-de-Baixo,
Baalate e Tadmor, no deserto de Judá. Anda reconstruiu as cidade onde
armazenava mantimentos, as cidade onde ficavam os cavalos e carros de guerra e
tudo mais que ele quer construir em Jerusalém, no Líbano e em outras partes do
reino (I Reis 9:15:1-19).
E quem eram esse escravos: "Para esse
trabalho forçado, Salomão usou os descendentes do povo de Canaã que os
israelitas não haviam matado quando conquistaram seu país. Entre esse
trabalhadores forçados estavam amorreus, heteus, perizeus, heveus e jebuseus. E
os descendentes deles continuam escravos até hoje. Nenhum israelita foi
obrigado a trabalhar como escravo. Os israelitas serviram como soldados,
oficiais, comandantes, capitães de guerra e cavaleiros ( I Reis 9:20-22)".
Duas consequências dessa narrativa:
1- há uma divisão no reino entre homens
livres e homens sob servidão, todos subjugados pela a monarquia. A distinção
entre essa classe de homens se baseia no nascimento/origem étnica e na
qualidade de trabalho exercida.
2- tal divisão inverte o passado israelita
de escravos no Egito: 215 anos passados em cativeiro naquele país rico e
poderoso agora se confrontam com um país rico utilizando a mão de obra forçada.
[1]
Em II Crônicas 9:25 os números
são os seguintes: "Salomão tinha mil cocheiras para os seus carros de
guerra e para seus cavalos e também possuía doze mil cavalos de cavalaria".
[2]
A cidade de Gezer possui um destaque dentro desse rol: "Faró, rei do
Egito, havia atacado e conquistado a cidade de Gezer, matando seus moradores,
que eram cananeus, e pondo fogo na cidade. Depois o rei do Egito tinha dado
Gezer como presente de casamento à sua filha quando ela casou com Salomão, e
Salomão reconstruiu a cidade ( I Reis 9:16-17)".
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